Presidente Trump confirma que tarifas sobre Canadá e México serão mantidas.

O presidente Donald Trump declarou na segunda-feira que as tarifas sobre o Canadá e o México seguirão em frente conforme planejado no próximo mês, após um atraso inicial destinado a dar a ambos os países tempo para abordar as preocupações dos EUA sobre segurança de fronteira.

“As tarifas estão sendo aplicadas no prazo, conforme o cronograma”, disse Trump durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente francês Emmanuel Macron.

As tarifas, originalmente previstas para entrar em vigor anteriormente, foram adiadas para 4 de março, enquanto o Canadá e o México implementavam novas medidas de fronteira.

Trump apresentou as tarifas como um meio de conter a migração indocumentada e o tráfico ilegal de drogas, particularmente o fentanil.

Trump também reiterou seu plano de tarifas recíprocas, que igualariam as taxas americanas sobre importações às tarifas e barreiras comerciais impostas por outras nações.

“Será muito bom para o nosso país, nosso país voltará a ser extremamente líquido e rico”, disse ele.

A Casa Branca apontou o Canadá, o México e a China como principais fontes de remessas de fentanil para os EUA, muitas vezes chegando em pacotes pequenos e de baixo valor que escapam da inspeção.

Os esforços para fechar essa brecha de minimis, que permite remessas isentas de impostos abaixo de US$ 800, enfrentaram desafios devido ao grande volume de pacotes que chegam diariamente aos aeroportos dos EUA.

A ordem executiva de Trump sobre o fentanil determinou que a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, fornecesse atualizações regulares sobre o assunto ao Congresso e à Casa Branca.

As tarifas de Trump

Desde a imposição inicial de uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas e a ameaça de tarifas de 25%, Trump introduziu medidas tarifárias adicionais que podem complicar ainda mais as negociações de fronteira.

Entre os aumentos previstos:

• Uma tarifa fixa de 25% sobre aço e alumínio entrará em vigor em 12 de março, revogando isenções de longa data para o Canadá e o México.
• Os aumentos tarifários se estendem a centenas de produtos siderúrgicos derivados.
• Propostas de tarifas de 25% sobre importações de automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores.
• Ordens para tarifas recíprocas para alinhar a política comercial dos EUA com as taxas tarifárias estrangeiras.

Essas medidas poderiam acelerar uma renegociação do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), cuja revisão está prevista para 2026.

Trump, que renegociou o NAFTA para USMCA em 2020, tem expressado cada vez mais insatisfação com as importações de automóveis do Canadá e do México.

Esforços do México e do Canadá na fronteira

Isso ocorre depois que o México e o Canadá introduziram diversas medidas em resposta às ameaças de tarifas de Trump:

• O México mobilizou 10.000 soldados da guarda nacional para sua fronteira norte. A presidente Claudia Sheinbaum também pediu aos EUA que tomem medidas contra o contrabando de armas para o México.
• O Canadá nomeou Kevin Brosseau como czar do fentanil para coordenar os esforços de combate ao contrabando. Ottawa também reclassificou os cartéis de drogas como organizações terroristas e aumentou a vigilância nas fronteiras com drones e helicópteros.
• Em dezembro, o Canadá anunciou um aumento de C$ 1,3 bilhão (US$ 913 milhões) nos gastos com segurança de fronteiras.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, manteve contato próximo com Trump, discutindo segurança de fronteiras e tráfico de fentanil em uma ligação no sábado.

Embora Trudeau tenha ameaçado tarifas retaliatórias sobre US$ 107 bilhões (C$ 155 bilhões) em mercadorias americanas, incluindo cerveja, vinho, bourbon e suco de laranja, ele enfatizou que o Canadá está comprometido em evitar as tarifas atendendo às preocupações dos EUA.

Na semana passada, o ministro da Economia mexicano, Marcelo Ebrard, também descreveu um “diálogo construtivo” com autoridades americanas, incluindo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, e o indicado para representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.