Investimentos em medicamentos para perda de peso: por que 2025 pode ser um divisor de águas

As empresas biofarmacêuticas envolvidas no desenvolvimento de medicamentos para perda de peso foram bastante recompensadas em 2024.

Foi isso que ajudou a Novo Nordisk A/S (CPH: NOVO-B) a se tornar a maior empresa da Europa em valor de mercado e fez com que muitas previsões indicassem que a Eli Lilly & Co (NYSE: LLY) se tornaria a primeira empresa de saúde do mundo a atingir uma avaliação de US$ 1,0 trilhão.

Ainda assim, analistas do UBS esperam que um cenário macroeconômico mais incerto dificulte o desempenho superior do setor biofarmacêutico em 2025.

RFK traz incerteza para medicamentos para perda de peso

O UBS é um tanto otimista em relação ao setor biofarmacêutico no curto e médio prazo, principalmente porque Donald Trump nomeou Robert F. Kennedy Jr. para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

RFK é um conhecido cético em relação às vacinas que “já criticou publicamente propostas para permitir que planos de saúde governamentais paguem por medicamentos GLP-1 (para perda de peso) devido a preocupações financeiras”.

Portanto, não é certo como sua nomeação como chefe do HHS afetará a indústria de medicamentos para perda de peso, disse a empresa de investimentos aos clientes em seu relatório na terça-feira.

Observe que o mercado de medicamentos antiobesidade cresceu mais de três vezes nos últimos quatro anos, chegando a mais de US$ 6,0 bilhões em 2024.

UBS ainda prevê crescimento do GLP-1

Apesar da incerteza macroeconômica, no entanto, o UBS continua a ver crescimento no GLP-1 e espera que esse tema continue a dominar em 2025.

Seus analistas recomendam manter-se nos líderes do setor, Eli Lilly e Novo Nordisk, para aproveitar a potencial alta no mercado de medicamentos para perda de peso, que deve valer US$ 100 bilhões até 2030.

“Dada a dimensão do mercado endereçável, a gama de resultados potenciais é ampla, com potencial para as franquias Eli Lilly e Novo Nordisk crescerem além de 2031 com resultados de sucesso do pipeline.”

As vendas do Zepbound totalizaram mais de US$ 1,2 bilhão no último trimestre relatado pela Lilly. O tratamento revolucionário para perda de peso, juntamente com o Mounjaro, contribuiu com cerca de 42% para a receita geral da empresa no terceiro trimestre.

Já o Wegovy rendeu US$ 2,5 bilhões à Novo Nordisk no terceiro trimestre, o que representa um incrível crescimento de 79% em relação ao ano anterior.

Até onde as ações da Lilly e da Novo podem subir?

O UBS prefere manter a aposta em Eli Lilly e Novo Nordisk para medicamentos antiobesidade, pois um cenário macroeconômico potencialmente mais incerto também pode pesar na concorrência.

“Embora reconheçamos que há potencial competição entrando, vemos uma penetração limitada, dada a consolidação da Lilly e da Novo”, argumentaram seus analistas em uma nota de pesquisa hoje.

Eles também esperam que as vendas de Zepbound e Wegovy aumentem à medida que o fornecimento melhore ainda mais em 2025. Além disso, tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk estão comprometidas com uma versão oral de seu tratamento para perda de peso.

Atualmente, o UBS tem uma meta de preço de US$ 1.100 para as ações da Eli Lilly, o que representa um aumento de mais de 40% em relação aos níveis atuais, e uma meta de preço de DKK 1.100 para as ações da Novo Nordisk, o que sugere um aumento ainda maior de 75%.